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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

The Boy in the Striped Pyjamas (2008)



Este filme não é aconselhável aos que não estao cientes das atrocidades cometidas pelos nazis. Polacos, ciganos, eslavos, dissidentes políticos (mesmo que alemães) e acima de tudo Judeus foram perseguidos, torturados, espezinhados, mortos e queimados sem justificação lógica alguma. Não há como explicar isto de outra forma. E é assustador que haja gente que vai ao fórum que o IMDB tem sobre este filme e pergunte coisas como "o que se passou na ultima cena do filme?" ou "os alemães fizeram mesmo aquelas coisas?".

Ora este filme (que é baseado num livro com o mesmo nome) fala disso tudo, nomeadamente da presença dos Judeus nos campos de concentração; das diferenças entre um miúdo (Asa Butterfield) que é filho do responsável pelo Campo (David Thewlis) e um outro (Jack Scanlon) que lá está encarcerado (que na sua essência não existem), do momento em que a mulher do facínora (Vera Farmiga) percebe no que está metida e colapsa psicologicamente, da despromoção de um soldado por não ter denunciado o pai, da propaganda do regime que conquistou a filha do crápula. Enfim, tudo sinais do que se passou naquela época.

Mas a história retrata principalmente a percepção que Bruno tem sobre o que se passa à sua volta. Nos agricultores que se vestem de pijamas, da quinta que é protegida por arame farpado, dos miúdos que lá estão esfomeados e que não podem brincar com ele, da irmã que deixou as bonecas e se virou para posters do Fuhrer.

Na relação entre Bruno e Shmuel podemos ver toda a inocência e desconhecimento da realidade de um, e o trauma e preocupação pelos familiares desaparecidos do outro.

Havia mais para dizer, mas é complicado escrever sobre isto. Na cena em que há fumo a sair das chaminés e o soldado diz que "eles" ainda cheiram pior quando são queimados, se tiverem carregado no stop não se recriminem, estão apenas a ser humanos.


Nota 10
Sobre este tema, vejam também "Hitler: The Rise of the Evil" de 2003 e "Conspiracy" de 2001, além do obrigatório "Lista de Schindler".

Até ao próximo post!

5 comentários:

Bruno Cunha disse...

Ter sido em inglês não favoreceu tanto o filme. De qualquer forma, mostra, de certa forma, a inocência vivida pelas crianças naquela altura.

Nuno Pereira disse...

Eu acho que o filme acaba todo ele por ser demasiado inocente... que dizem da possibilidade de os putos se encontrarem tantas vezes sem serem vistos no campo de concentração ?

Mas também esse pormenor acaba por não tirar o mérito ao filme.

Ozpinhead disse...

Para mim foi um dos melhores filmes desse ano. O filme consegue ser uma lufada de ar fresco sobre um tema explorado até à exaustão. Não só pela diferente visão dos acontecimentos pelas crianças, como também por transformar os agressores em vítimas do seu próprio horror.
Um filme injustamente esquecido por muitos.

Sarah disse...

Adorei o filme, revi-o quando deu na sic. É muito forte, acho que está verdadeiramente bom!

Roberto Simões disse...

Um belo e tocante filme, sem dúvida.

Cumps.
Roberto Simões
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