BeRuby

Embaixadores

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Traffic (2000)


 Traffic - Ninguém Sai Ileso


Traffic, de Steven Soderbegh, chegou ao público no início do milénio mas só agora é que o vi (deu na RTP há uns dias). Já sabia que era um filme que tinha que ver, tanto pelo argumento quer pelo elenco.

Relatos de economia paralela (neste caso o mercado dos narcóticos) sempre me fascinaram, de uma forma estranha admito, porque é condenável a quantidade e a magnitude dos crimes que se fazem nesse mundo. Mas é inegável que essa realidade existe e o pior que se pode fazer é ignorar, porque há que admitir que a gestão económica e o nível de influências dessas pessoas é inigualável.

Por outro lado, o filme reúne um número incrível de actores "conhecidos" : Michael Douglas, Catherine Zeta-Jones, Benicio del Toro, Don Cheadle, Miguel Ferrer, Erika Christensen, Topher Grace, Steven Bauer, Dennis Quaid, Benjamin Bratt, Albert Finney, John Slattery e Cliffton Collins Jr. Não há muito a dizer do naipe de actores que entram neste filme. Até o Hercule Poirot de 1974 entra! Há no entanto que admitir que alguns deles só hoje em dia sao conhecidos do grande público e na altura talvez não o fossem (e alguns fazem pequenos papeis como o Bratt e o "Roger Sterling")

Quanto ao filme em si, é muito bom. Histórias paralelas em que o ponto em comum é o mercado da droga. Relações de influência, tanto com engravatados em Washington como com polícias no México. Um Juíz amigo do Presidente dos Estados Unidos que é nomeado líder da divisão de combate à droga e que mal sabe que a primeira batalha é na sua própria casa. Uma mulher habituada a um certo nível social que vê o marido preso por contrabando e que acaba por ordenar o assassínio da principal testemunha de acusação. Dois agentes da DEA que ficam incumbidos da protecção a essa mesma testemunha. Dois polícias mexicanos na luta contra a droga e contra a sua consciência. Muitos pontos de vista sobre o mesmo assunto, em que por vezes não se sabe em quem acreditar ou quem é que fala verdade. Um filme onde a corrupção está sempre presente e onde as influências fazem mexer muita coisa. No fundo, um relato da realidade da sociedade e nomeadamente do mundo de high-profit da droga.

Destaque para o discurso (mais para a conclusão a que ele chega no final do mesmo) de Michael Douglas.

O filme ganhou 4 oscares: Melhor Argumento Adaptado para Stephen Gaghan ; Melhor edição para Stephen Mirrione ; Melhor realizador para Soderbegh ; Melhor actor secundário para Che Guevara, desculpem, Benicio del Toro.

Nota 9

Até ao próximo post!

domingo, 30 de janeiro de 2011

A Single Man (2009)

A Single Man – Um Homem Singular


Sexta-feira, 30 de Novembro de 1962. A data de repente entra e, seguidamente, desvanece-se na tela por onde se visualiza um homem nu em águas gélidas e cinzentas. Águas passadas, presumimos nós. De seguida, o som de um carro e de um possível acidente de viação transcende a tela e perfura os nossos ouvidos enquanto aquele pobre homem luta naquela mesma água. Luta contra o seu passado(?). A história evolui. O homem não luta contra o passado. O homem é George (Colin Firth), um professor homossexual que perde o seu companheiro num acidente de viação. O homem não luta contra as águas passadas. O homem luta contra o presente, na tentativa de se afogar no seu passado. Agora, ele acorda.”I am and now” ele diz. Fora do seu temido sonho, George inicia o dia que será o seu último. Afinal, a morte é o futuro ele diz. Agora, fora da cama, demora algum tempo para se pôr no papel de George.
It takes time in the morning for me to become George, time to adjust to what is expected of George and how he is to behave. By the time I have dressed and put the final layer of polish on the now slightly stiff but quite perfect George I know fully what part I'm suppose to play.
George está arranjado. Em frente ao espelho profere as palavras “Apenas ultrapassa o raio do dia”. E assim começa mais um monótono dia de George a par da pistola que carrega na sua mala. A cara dita cansaço. A mente precisa felicidade. Felicidade essa que só obterá quando estiver com o seu falecido parceiro, Jim (Matthew Goode). E assim começa um dia diferente, o último dia da sua vida, o melhor dia da sua vida.
A Single Man é um filme, como um todo, dotado de uma espectacularidade, mas é na desconstrução de toda a fita que esta é deslumbrada com o seu verdadeiro apreço. É uma das surpresas mais aprazíveis a que tive oportunidade de ver. A razão – inúmeras.
O filme num constante desenrolar cinzento, numa constante contradição aos paradigmas cinematográficos, o presente é cinzento e o passado é que se revela esperançoso e colorido.
No meio de arrebatadores diálogos, delineia-se nas palavras um vibrante fluxo de sentimentos - medo, homofobia, amor, etc.
Este é o primeiro trabalho como realizador do estilista Tom Ford, aliás, ele realiza, produz e escreve Um Homem Singular e torna esta mesma obra num projecto singular. Dotado de um carisma inigualável. Filmado com um rigor estético sem precedentes, uma beleza tanto em sonoplastia como no próprio ecrã (guarda-roupa, cenários, etc.) e um deslumbrante manejamento de um potencial leque de actores com óbvio destaque para Colin Firth que consegue aqui um papel de uma vida onde muitos lutariam para conseguir ter no seu currículo.
E Um Homem Singular é, todo ele, um projecto singular e arrojado, mas é na sua desconstrução que mais beneficia. Um fluxo constante de um trabalho esforçado e o resultado está à mostra de todos. Um filme que em 90 minutos mostra um dia de uma pessoa. E de que maneira!


9.5/10 

sábado, 29 de janeiro de 2011

Umas coisinhas acerca das cerimónias de Hollywood...


Os Globos de Ouro são, basicamente, indicações para os Óscares. Se por um lado tem a tarefa ingrata de nos mostrar spoilers dos Óscares, por outro, ajuda-nos a consensualizar com as injustiças que se avizinham. Não digo que os Óscares sejam a cerimónia mais relevante da 7ª arte mas é, obviamente, a mais vistosa e importante de Hollywood. 
Assim, este ano, já me preparo para Inception sair de (quase) mãos vazias assim como aconteceu aos Sacanas do Tarantino no ano passado. A minha única alegria a retirar deste último Globos de Ouro foi devido à Pixar e a Ricky Gervais. Com eles eu conto. Com as injustiças a gente habitua-se, que remédio...


Ricardo

Olá a todos, sejam bem-vindos a este blog agora criado. Eu sou o Ricardo, sou amigo aqui do colega do lado e juntos vamos escrever o que pensamos dos filmes e das séries que vamos vendo ou que já vimos até agora, assim como opinar sobre assuntos relacionados com este mundo que todos nós gostamos.
Como sei que não me conhecem, deixo-vos uma informação sobre mim: fuu eu que convenci aqui o Bruno a voltar a fazer um blog (o outro que ele tinha fazia algum sucesso..) e isso merece algum crédito. Acho que só por isso já me vão ler com outros olhos. Ou então vão criticar-me por tê-lo feito. Enquanto decidem, vou começar a pensar nos textos que aqui vou escrever.
Se quiserem saber mais, visitem ali o meu perfil, está bastante completo.. Sim, aí do lado direito, isso, estão a ir bem, exacto, encontraram.
Até ao próximo post !

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Frank and Hall's Stuff

Bem-vindos cinéfilos. Este novo blogue junta dois amigos que partilham o gosto pelo Cinema e pela Televisão. Um deles é Bruno Cunha, ou nekas, fundador do já encerrado Cinema as my World. O outro blogger que aqui vai partilhar as suas ideias neste novo espaço é o Ricardo, que se irá apresentar no próximo post.
Não há muito mais a dizer, apenas que esperamos que nos acompanhem e nós faremos o mesmo.