BeRuby

Embaixadores

sexta-feira, 1 de abril de 2011

2001  (1968), por Ricardo



Já tinha visto este filme, quando era mais pequeno, mas fiquei com poucas recordações e percebi muito pouco. Bem, agora voltei a ver e continuo sem perceber muito bem o que aquilo é. A fotografia está muito boa, os efeitos especiais deram o oscar ao realizador (Kubrick) mas a história em si é demasiado encriptica. Não estou a criticar o ritmo do filme (bastante lento) ou o elenco (pouco participam e quase não falam) mas sim o desenrolar da história.

O que quer dizer o monolito ?
Porque aparece aos macacos e depois enterrado na Lua ?
O que acontece aos astronautos que vão à Lua observar a descoberta?
Como é que Hal começa a ter sentimentos ?
O que lhe deu para começar a matar os tripulantes ?
O que acontece depois de Dave (Keir Dullea) ter "morto" Hal ?
Há alguma forma de vida em Jupiter ?
Porque é que Dave vê-se a si próprio envelhecer tão rápido ?

E isto são apenas oito questões.. Podiam ser muito mais. Pessoalmente não gosto de ver um filme e este deixar tudo em aberto sem responder a quase nada. Mas se alguém tiver percebido é favor chegar-se à frente.

Do elenco consta para além do citado Dullea, Gary Lockwood (Poole), William Silvester (Floyd) e Douglas Raine como a voz de Hal.

10 comentários:

DiogoF. disse...

É, sem dúvida, um filme complexíssimo na sua exigente e reflexiva narrativa. Talvez seja o seu mais profundo filme. Creio que respondo, ou procuro responder, a algumas destas questões da crítica que fiz ao filme, na altura, sendo que agora acrescentaria muitas outras coisas, sem nunca conseguir alcançar a verdade sobre este grande mistério do cinema que é 2001: Space Odyssey. Abraço.

Sam disse...

A intenção de Kubrick, com este 2001, foi apresentar mais questões do que respostas.

Se ficaste confuso, é sinal de que estás em sintonia com o cineasta :)

Cumps cinéfilos.

Sam disse...

Já agora, este é O filme da minha vida.

Em 10, dou-lhe 20!

DiogoF. disse...

Precisamente, Sam.

Luís Azevedo disse...

Este é sem dúvida um dos filmes mais peculiares de que tenho memória. Nunca um filme foi tão complexo e cheio de significado - ou pelo menos nunca atribuiram tanto significado a um filme!
Depois de o ver já devo ter lido centenas de páginas sobre ele e apesar de algumas darem explicações mais ou menos satisfatórias, o filme ainda permanece um mistério.

Bruno Cunha disse...

Penso que o objectivo deste filme é mesmo permanecer um mistério e colocar mais questões do que respostas. 2001 é um filme de génio, um filme complexo e inteligente que, Kubrick disse que todos tinham a liberdade filosófica para pensar no significado de 2001. Este significado está na mente de cada um mas nunca responderá ao que o filme realmente é.

Stella disse...

E afinal, Ricardo, cinema é sobretudo imagem. Roteiro, interpretação e música são coadjuvantes importantes. Quando os 4 se afinam, temos um filme nota 10. Para mim, '2001' é um filme nota 10...

Mateus Souza disse...

Não sou fã dos filmes de Kubrick, são extremamente lentos e enfadonhos, mas admiro - e gosto - do perfeccionismo técnico do diretor e da sua mania de finais abertos, gerando boas discussões.

Quanto a esse, mais lento e enfadonho impossível. Mais técnicamente perfeito e cheio de discussões também, hehe.

ArmPauloFerreira disse...

Admiro imenso a honestidade adjacente dos pontos de vista do Ricardo. As questões que levanta sobre o "2001" são legitimas pois é um daqueles filmes que com o avançar dos anos (desde o dia em que cada um o viu), juntando o aumento da maturidade pessoal e a um acumular dos conhecimentos, conduzem a novas leituras deste filme, que no fundo é em si uma reflexão aberta a imensas interpretações sobre a evolução da humanidade, conseguindo ainda marcar uma posição do estágio dessa evolução.
As questões que o Ricardo levanta são interessantes, que com mais umas visualizações acabara por tecer as suas próprias respostas.

Posso adiantar, na minha visão, que Kubrik imaginou coisas tão certeiras num tempo bem antes de o Homem chegar à Lua. É um filme prodigioso na história de todo o cinema e do género sci-fi. Não é um filme de ver muitas vezes em curto espaço de tempo (de longe a longe é melhor) pois a sua visualização ganha muito quando nos deixamos distanciar um pouco dele. Torna-se mais interessante até com o passar dos anos.

O que será então "2001"? Entendo que é a odisseia da humanidade colocada á prova por uma intervenção externa (Deus? Extraterrestres? Os “outros”?) numa elaboradissima reflexão que avança desde o primitivismo aos tempos modernos e culmina em tom metafísico.
Tem elementos que marcaram-me eternamente, como as cenas dos primitivos logo ao inicio, aquele insólito monolito, as naves no espaço ao som de música clássica e todo o conflito de homem vs máquina (inteligência artificial) com um final "greater-than-life"... fazem dele um dos mais incontornáveis filmes que já vi (e vou revendo quando apanho na TV).

Um parte deste comentário é um excerto do artigo "Um realizador: Stanley Kubrik..."

Bruno Cunha disse...

Muito obrigado pelos vossos comentários. Poderíamos ficar aqui dias e dias a discutir o valor deste filme mas, mesmo assim, penso, que não chegaríamos a nenhuma conclusão. 2001 é um filme para se ver sozinho e para reflectir sozinho pois o seu valor em nenhum lado é mais forte sem ser na nossa mente.

Abraços e obrigado.