Black Swan - O Cisne Negro
O que é Black Swan? Se existe uma definição que consiga abranger tal esplendor e perfeição, digam-me. Black Swan não é um filme de ballet, nem sequer é um filme sobre ballet. Este, serve, apenas, como pano de fundo a uma personagem que se vê dividida ao interpretar o Cisne Branco e o Cisne Negro na peça "O Lago dos Cisnes".
Esta personagem, Nina (arrebatadora Natalie Portman), é uma personagem frágil e inocente, criada no berço da mãe, luta todos os dias pela perfeição dos movimentos e pelo seu controlo. Ao contrário da perfeição para o papel do Cisne Branco, Nina precisa de se soltar, de mostrar o seu ser sensual e agressivo, ou seja, uma personagem totalmente diferente ao seu comum ser.
Assim, a história desenrola-se através de uma divisão de mentes e no cerne de pressão. É, claramente, uma trama psicótico e emocional.
Darren Aronofsky torna a sua obra em algo brilhante ou até mesmo perfeito.
A cada plano e enquadramento, a cada diálogo ou movimento de câmara (Início, cena da discoteca e cena final são brilhantes), a cada desenrolar da história, a cada actor perfeitamente coordenado e a cada nota da banda sonora, o filme torna-se perfeito. Afinal, tem tudo para o ser.
Num último suspiro, num final previsível mas igualmente encantador, ela suspira "I was perfect" e o filme continuará a ser.
10/10
(Em breve apresentaremos uma classificação mais criativa)
5 comentários:
Bruno, Cisne Negro é mesmo um bom filme. A direção de Darren Aronofsky é incrível e a atuação de Portman, arrebatadora, como você disse - a de MIla Kunis também. Mas o que mais me chamou a atenção foi a trilha sonora, infelizmente desqualificada na disputa do Oscar.
Abraço =]
Mateus, também falei banda sonora. Impecável. Mas o que mais me chamou a atenção foi o trabalho de realizador. Irrepreensível.
Sem dúvida dos melhores de sempre. Adorei, já fui ver duas vezes ao cinema e tudo. Concordo com tudo o que disseste ;)
Sarah
http://depoisdocinema.blogspot.com
Revelo aqui um ponto que tenho contra o Darren Aronofsky: a mania de quase tudo ser filmado de camera ao ombro, que resulta em imagem sempre a abanar.
Gostei muito do "The Wrestler" e só pecava pelo tipo de filmagem (comparando, o Clint Eastwood consegue contar as mesmas coisas com uma mesma abordagem e intensidade, mas ao menos como realizador sabe filmar...
E digo isto para chegar ao "Black Swan", que dizia para mim: mais uma dose de "filme sempre a abanar"... e neste ponto o realizador realmente melhorou. Continua a filmar dessa maneira, mas nem sempre, e assim quando usa é como se nos desse a chance voyerista de seguir muito próximo os acontecimentos.
"Black swan" é um filme espantoso, diria mesmo de mestre. É a arte de expor a revolução no âmago profundo de uma pessoa, que ele coloca em choque de antagonismo e de revelação interna, conduzindo a um estágio de percepção que se alastra ao espectador. O espectador vê, confunde-se, desperta e aterroriza-se tal como a Nina, num processo que quando termina o filme tudo fica suspenso, como se "desta realidade" nem soubéssemos o que realmente lá aconteceu. Um filme, que nos deixa á toa... tenho-o como uma das características das obras-primas. Este é um desses.
Muito bom e belo texto, Bruno.
Obs: Os constantes jogos com os espelhos são impressionantes, não são?
Obrigado.
Os jogos de espelho são impressionantes assim como o olhar voyerista.
Abraço
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